Com base no estudo do espectro atómico do hidrogénio, espectro descontínuo, Niels Bohr formulou o seu modelo para o átomo de hidrogénio, que admitiu: O electrão do átomo de hidrogénio pode ser excitado, o que implica um aumento da sua energia, por elevação de temperatura, da amostra de hidrogénio atómico, colisão com um electrão de elevada energia cinética, acção de uma descarga eléctrica ou acção de uma radiação electromagnética. Pode depois desexcitar-se, perdendo energia, através de emissão de radiação electromagnética, isto é, emitindo um fotão. O modelo de Bohr foi depois estendido a átomos polielectrónicos. No modelo de Bohr eram admitidas órbitas circulares para os electrões, isto é, implica o conhecimento em simultâneo da posição e velocidade do electrão, ou seja, da sua energia, num dado instante. Este modelo descreve o comportamento do electrão no átomo a partir da resolução da equação de Schrodinger. Assim, uma orbital é definida como uma região do espaço onde, sob a acção do núcleo, o electrão com uma dada energia tem probabilidade de se encontrar. Os electrões movem-se com elevada velocidade em torno dos respectivos núcleos e sem trajectórias definidas. O esquema abaixo mostra a representação dos modelos de Bohr e da nuvem electrónica, para o átomo de berílio, . Podemos considerar a orbital como a região que envolve 90% de probabilidades de se encontrar o electrão. No modelo atómico de Bohr No modelo atómico actual O electrão descreve uma órbita O electrão ocupa uma orbital Linha onde existe a certeza de encontrar o electrão, com uma dada energia. Região do espaço onde há probabilidade de se encontrar um electrão com uma dada energia. Para caracterizar as orbitais atómicas são necessários três parâmetros, designados por números quânticos, que resultam da equação de Schrodinger: número quântico principal número quântico de momento angular número quântico magnético Cada um deles relaciona-se com uma característica da orbital. Assim: Os valores de dependem dos valores de . O número quântico , só pode assumir os valores inteiros compreendidos entre e . Os valores de dependem do valor de . Estes valores são os números inteiros de a . 1 Um conjunto de orbitais com o mesmo valor do número quântico principal é designado por nível de energia ou camada. Para cada há orbitais. Para cada há orbitais. Tal como nas orbitais s, o tamanho das orbitais p aumenta com o número quântico principal. As orbitais d apresentam uma forma mais complexa. Quanto maior for o número quântico principal , maior é a energia. E3s > E2s Em átomos monoelectrónicos a energia da orbital só depende de . E2s = E2p Em átomos polielectrónicos, para um único valor de , quanto maior o número quântico de momento angular , maior é a energia. E2p > E2s Orbitais com igual número quântico de momento angular têm a mesma energia. E2px = E2py = E2pz Para átomos diferentes, a energia e o tamanho de um dado tipo de orbital são diferentes. Discute a orbital 1s para e . Discussão Experiências realizadas com um feixe de átomos de hidrogénio submetido a um campo magnético, revelaram que o feixe de electrões se dividia em dois desviando-se em sentidos opostos. Tal comportamento resultaria de um movimento de rotação do electrão sobre si próprio (spin). Dado que existiam dois movimentos de rotação possíveis para o electrão, um no sentido retrógrado, outro no sentido directo, existiriam dois estados de spin. Criou-se, então, um quarto número quântico, o número quântico de spin , que apenas pode assumir os valores: Conclusão: Representação esquemática de órbitas Diagrama de energia Representação esquemática de órbitas Diagrama de energia
O estado fundamental corresponde a n = 1.O físico alemão Werner Heisenberg (1901-1976) demonstrou que é impossível conhecer simultaneamente a posição e a energia do electrão no átomo, Princípio da Incerteza de Heisenberg, o que levou à criação de outro modelo para o átomo, um modelo baseado na Mecânica Quântica, o modelo da nuvem electrónica. A energia do electrão vem quantizada, mas quanto à posição do mesmo, deixou de ser considerada uma certeza, e portanto deixou de se falar em órbita, mas passou a considerar-se a probabilidade de um electrão com uma determinada energia se localizar no espaço em torno do núcleo, passando a falar-se em orbital. orbital nº de orbitais 1 0 0 1s (1, 0, 0) 2 0 0 2s (2, 0, 0) 1 4 1 -1 2p (2, 1, -1) 3 0 2p (2, 1, 0) +1 2p (2, 1, 1) 3 0 0 3s (3, 0, 0) 1 9 1 -1 3p (3, 1, -1) 3 0 3p (3, 1, 0) +1 3p (3, 1, 1) 2 -2 3d (3, 2, -2) 5 -1 3d (3, 2, -1) 0 3d (3, 2, 0) +1 3d (3, 2, 1) +2 3d (3, 2, 2) As orbitais s apresentam simetria esférica, verificando-se que o tamanho da orbital aumenta com o número quântico . As orbitais p apresentam dois lóbulos simétricos, tendo o núcleo como centro. Estes lóbulos estão orientados segundo cada um dos eixos cartesianos.
terça-feira, 26 de abril de 2011
Orbitais e Números Quânticos
02:25
C.A Química FAEC
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