Em mais uma tentativa de conseguir se reunir com o governador, manisfestantes são barrados na AL
Na manhã do dia 30 de maio, estudantes e professores da UECE, URCA e UEVA foram à Assembleia Legislativa do Estado do Ceará protestar por uma audiência direta com o governador do Estado, Cid Gomes. Os representantes das universidades estaduais reclamaram da carência por que passam essas instituições. Concurso público para professor efetivo, políticas de assistência estudantil e construção do restaurante e da residência universitária na UEVA são as principais demandas.
“Nós queremos audiência do governador com as lideranças dos movimentos e queremos uma audiência pública no plenário para discutir essas questões com os deputados”, enfatizou o presidente do Sindicato dos Docentes da UECE (Sinduece), Epitácio Macário. Durante o ato, vários manifestantes criticaram a construção do Aquário, que terá investimento de R$ 250 milhões. “O governo do Estado está endividando o Ceará com a construção desse aquário”, opinou a presidente da Seção Sindical da UEVA, Maria Antônia Veiga.
A vice-presidente da Sinduece, Erlenia Sobral, lamentou a falta de oposição na AL ao governo estadual. “Infelizmente, o governador Cid Gomes não tem oposição no Estado. Nós vamos tentar sensibilizar os deputados sobre as nossas carências e sobre a necessidade de termos uma audiência com o governador”, garantiu. Durante o protesto, o vereador João Alfredo (PSOL) manifestou apoio aos estudantes e professores. “O orçamento do Estado diz quais são as prioridades do governo; gastar com um aquário e não fazer concurso para pofessor universitário é uma decisão de prioridade política”. O deputado Heitor Férrer (PDT), voz crítica ao atual governo, foi até à entrada da casa para prestar seu apoio ao movimento e pronunciou-se sobre o assunto. “Os dados das universidades estaduais são estarrecedores”, disse o deputado, que garantiu dar entrada em requerimento hoje, 31 de maio, solicitando a realização de audiência pública para pautar o problema das estaduais.
A grande surpresa do ato foi o fato de os manifestantes terem sido proibidos de entrar na assembleia. Estudantes e professores foram barrados na porta da AL e recebidos pelo Batalhão de Choque. Somente após uma hora de negociações, os manifestantes puderam entrar. “A casa é nossa”, “Ah, eu tô em casa!”, “Governador Cidrica, pior do que tá não fica” foram alguns dos gritos de protesto. O deputado Antônio Carlos (PT), líder do governo na Assembleia, recebeu os estudantes e professores, mas disse que não tem poder de marcar uma audiência com o governador do Estado. “Eu estou disposto a construir essa agenda com o governador. Esse é o compromisso que eu posso firmar senão seria irresponsabilidade da minha parte”, disse.
Na reunião com o deputado Antônio Carlos, os representantes das unidades das três estaduais enumeraram as principais demandas das universidades. “Nós não temos condições de sobreviver dessa forma. Os estudantes estão indo para as faculdades privadas, porque não temos condições de estudar”, lamentou Messias Gomes, estudante de Pedagogia da FAEC e membro do Centro Acadêmico do curso. No momento, representantes dos movimentos estudantil e docente reclamaram da proibição de entrar na Assembleia. “Isso não é forma de receber os cidadãos desse Estado. Isso é um abuso de poder”, protestou a professora Maria Antonia Veiga, referindo-se ao Batalhão de Choque.
Para a decepção dos manifestantes, o deputado Antônio Carlos saiu sem encaminhar uma data de audiência com o gabinete do governador Cid Gomes. Hoje pela manhã, o presidente da Sinduece, prof. Epitácio Macário, e os dirigentes estudantis Dávilo e Karol estiveram no gabinete do deputado Heitor Férrer para entregar a pauta de reivindicações e oficializar o pedido de audiência pública. Na ocasião, o deputado expôs um requerimento de igual teor impetrado em fevereiro de 2011 sem resposta da mesa diretoria da casa e da comissão de cência e tecnologia do Esado.
E mais:
Na última sexta-feira, 27 de maio, professores discutiram, na assembleia convocada pela Sinduece, a regulamentação do Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV) e concurso público para professor efetivo na Universidade.
Sobre a necessidade de concurso para professores efetivos, a pró-reitora de Graduação da UECE, Lineuda Murta, disse que, até 2012, a Universidade terá carência de 300 professores. “Os alunos e coordenadores estão sofrendo com essa situação. Muitas vezes, os professores substitutos assumem outras funções no meio do semestre, como concurso em outras universidades e doutorado, e abandonam a turma”, disse. Ainda segunda ela, dos 252 professores substitutos existentes apenas 92 professores estão substituindo afastamentos temporários contra 160 que ocupam vagas permanentes. Isto quer dizer que do total de contratações, 63% estão fora dos parâmetros estabelecidos na Lei Complementar 14/1999 que regulamenta a matéria.
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By: Messias Gomes (Pedagogia – FAEC)